Da antiguidade aos nossos dias
Tavira, cidade próspera nos seus tempos mais altos, está situada no lado oriental do Algarve entre o Cabo de Santa Maria e a foz do rio Guadiana. Está implantada nas margens do estuário do rio Gilão, ao abrigo da Ria Formosa, de Faro até Cacela.
A sua localização foi fator do seu desenvolvimento e apogeu, sendo Tavira essencialmente uma cidade de estuário, com uma História naturalmente, ligada à evolução do seu porto e das atividades com ela relacionadas.
Dados conhecidos permitem-nos ter a certeza da presença humana desde cedo no loca, hoje ocupado por Tavira já desde o domínio muçulmano. Sabe-se, porém, que entre finais do século VIII a.C. e o século VI a.C., os fenícios colonizaramo local, construindo uma espessa muralha na colina que hoje se designa por Santa Maria, da qual ainda restam vestígios.
Deste período sobraram também vestígios descobertos junto à atual Praça da República que documentam a atividade piscatória e conserveira. Entre estas descobertas estão um molhe de acostagem, um armazém de ânforas com preparados piscícolas e, o que até hoje se considera, a mais antiga rede de pesca de atum conhecida.
O período de dominação romana deixou marcas, tornando Tavira célebre e referenciada nas fontes antigas com um espólio arqueológico que se encontra disperso por museus nacionais.
Tavira viria, ainda que mais tarde, a ser palco da chegada dos muulmanos em 712. Aquando da sua chegada acredita-se que a cidade estaria deserta ou que já não teria todoa a vida de outras épocas. . Os muçulmanos conferem a toda a urbanização um novo fôlego, chegando esta a ser mesmo capital de um distrito.
Durante este período reconstruíram-se as muralhas, que estão em parte conservadas e o inusitado Vaso de Tavira em cerâmica, de cariz popular, sendo considerado o mais famoso vestígio islâmico da cidade
É mais tarde conquistada aos mouros em 1242 pela Ordem de Santiago, fazendo os cristãos consolidaram a sua presença civil, militar e religiosa na cidade. Aí se instalaram as primeiras igrejas e nos séculos seguintes acentua-se a expansão urbana da vila, fundando-se também o primeiro convento. O comércio marítimo com flamengos, ingleses, italianos e franceses começa a desenvolver-se como nunca.
A expansão portuguesa faz de Tavira o mais próspero centro urbano do Algarve, beneficiando-o pela sua importância estratégica para apoio, defesa e manutenção das praças conquistadas no Norte de África.
A cidade viveu também tempos de menos prosperidade apartir da segunda metade do século XVI, mas conseguiu ultrapassá-los.
No início do século assiste-se de novo a um crescimento económico e populacional.
Instalam-se novas unidades fabris de conserva de peixe e durante o "Estado Novo" criam-se novas ruas e edifícios públicos.
Actualmente Tavira é uma cidade essencialmente composta pelo turismo, com elementos que agradam a quase todos os gostos. Os tempos da pesca do atum deram-se por terminados, ou quase inexistentes mas a indústria do sal aínda continua. É uma cidade que vale a pena visitar, especialmente para quem aprecia boas praia e paisagens.
